A SPEA é uma ONG de ambiente sem fins lucrativos, que tem por missão trabalhar para o estudo e a conservação das aves e seus habitats, promovendo um desenvolvimento que garanta a viabilidade do património natural para usufruto das gerações futuras.
As aves noturnas incluem dois grandes grupos: as aves de rapina noturnas (Strigiformes) e os noitibós (Caprimulgiformes). Estes dois grupos apresentam características morfológicas e ecológicas distintas partilhando, no entanto, um comportamento tipicamente crepuscular e noturno. Existem em Portugal sete espécies de aves de rapina noturnas: a Coruja-das-torres (Tyto alba), o Mocho-d'orelhas (Otus scops), o Bufo-real (Bubo bubo), o Mocho-galego (Athene noctua), a Coruja-do-mato (Strix aluco), o Bufo-pequeno (Asio otus) e a Coruja-do-nabal (Asio flammeus); e duas espécies de noitibós: o Noitibó-cinzento (Caprimulgus europaeus) e o Noitibó-de-nuca-vermelha (Caprimulgus ruficollis).
Qual a importância ecológica das aves noturnas?
As aves de rapina noturnas são importantes para o equilíbrio dos ecossistemas pela sua posição na cadeia alimentar: enquanto predadores de topo, contribuem para a sustentabilidade das comunidades através do controlo das suas presas. Por outro lado, algumas espécies assumem uma importância direta para o Homem, dado atuarem diretamente nos ecossistemas agrícolas. Por exemplo, a Coruja-das-torres e o Mocho-galego são utilizados como auxiliares em práticas de agricultura biológica para controlo natural de pragas de roedores e insetos. Adicionalmente, as aves noturnas são espécies sensíveis à contaminação ambiental (bioacumulação), e desta forma, podem ser utilizadas como sentinelas e bio-indicadores dos níveis de poluentes nos ecossistemas.