Ajudar as aves

 

O nosso principal conselho é interferir o mínimo possível na natureza, mas se vir uma ave que precisa mesmo de ajuda, aqui ficam as nossas recomendações.

 

Nunca mantenha uma ave em cativeiro; a posse de aves selvagens é ilegal.

 

Clique para ir direto ao que fazer nestas situações:

Ave ferida

Ave marinha debilitada

Ave morta na praia

Ave encandeada (Açores e Madeira)

Andorinhão (“andorinha”) no chão

Cria no chão

Destruição de ninhos de andorinha

5 crimes contra o ambiente e como denunciá-los

 

 

Testemunhou um crime contra o ambiente? Denuncie-o:

Portugal continental – SEPNA/GNR: 808 200 520 ou www.gnr.pt/ambiente.aspx ou PSP: 217654242 (“21Polícia”) ou defesanimal@psp.pt

 

Madeira – SEPNA/GNR: 291 214 460

Açores – Linha SOS Ambiente: 800 292 800

 

Encontrou uma ave ferida ou que precisa de ajuda?

 

Contacte o SEPNA/GNR, a PSP ou o Centro de Recuperação mais próximo:

 

O que fazer se encontrar um andorinhão no chão?

 

A primeira opção é entregar o animal ao SEPNA ou ao centro de recuperação mais próximo. Se não conseguir encaminhar a ave em tempo útil, então siga estes passos:

 

  1. Verifique se a ave não consegue mesmo voar (coloque-o num lugar alto, como um parapeito, do qual ela possa “descolar” no sentido descendente);  nunca a atire ao ar!
  2. Caso esteja demasiado fraco para voar, deve ser mantido numa caixa meio-aberta e ventilada, de plástico ou cartão, com as dimensões mínimas de uma caixa de sapatos, que deve ser forrada com papel absorvente, evitando a todo o custo que a ave suje as penas nos dejectos; limpe a caixa frequentemente enquanto a tiver consigo.
  3. Ligue para o SEPNA ou PSP (no caso de estar em Lisboa) e aguarde as indicações.
  4. Se não conseguir contactar com as entidades competentes, tente contactar o Centro de Recuperação mais perto de si.
  5. O andorinhão não deve ser alimentado. Nunca lhe dê ração para animais, minhocas ou comida para canários.

 

 

Como ter um jardim amigo dos passarinhos?

 

Todos os jardins têm biodiversidade, mas existem algumas pequenas dicas que ajudam a torná-lo ainda mais acolhedor. Siga as nossas dicas:

 

  • Evite aplicar pesticidas e herbicidas
  • Disponibilize alimento, especialmente se o inverno for muito rigoroso
  • Disponibilize água em bebedouros ou em taças, onde as aves possam beber e banhar-se em dias quentes
  • Nunca remova ou danifique os ninhos de andorinha. Se não o desejar, procure antes dissuadi-las de nidificar nos mesmos loais antes da sua chegada, colocando tiras de plástico ou cordéis em todo o comprimento do beiral
  • Crie cavidades no seu telhado onde as aves, como os andorinhões e os pardais, possam entrar e nidificar
  • Coloque caixas-ninho em locais pouco expostos, selecionando preferencialmente modelos mais simples e fabricados com materiais naturais, como a madeira e a cortiça. Poderá encontrar alguns modelos na loja da SPEA
  • Evite podar as árvores, sebes e arbustos durante a primavera
  • Aumente a diversidade da vegetação plantando diferentes plantas aromáticas, plantas de floração intensa ou que produzam frutos ou sementes, árvores de fruto e arbustos, evitando sempre espécies potencialmente invasoras como o Incenseiro (Pittosporum undulatum)
  • Aumente a diversidade da estrutura do seu jardim, mantendo faixas de vegetação espontânea ou não cortadas em relvados e alternando zonas de vegetação densa com clareiras
  • Nota: Os alimentadores, bebedouros e as caixas-ninho devem ser colocados em locais fora do alcance de predadores – principalmente gatos.

 

 

 

Estão a destruir ninhos de andorinhas. Isto é legal?

 

É possível os proprietários removerem os ninhos de andorinha mediante um pedido de autorização para o efeito ao Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), que indicará o período em que os ninhos podem ser removidos.

 

Este período, salvo algumas exceções, é fora da altura de nidificação. Na altura em que as andorinhas estão a construir os ninhos e têm crias, é proibido remover os ninhos. Se souber de alguém que quer remover ninhos de andorinha, sugerimos que comece por tentar dissuadir a pessoa. Pode dizer-lhe que, para evitar que o espaço debaixo do ninho fique sujo, pode instalar uma espécie de caleiras próprias, que se colocam por baixo dos ninhos.  Pode ainda explicar que a andorinha é um animal muito útil no combate a pragas: come uma quantidade enorme de insetos, sobretudo as moscas e mosquitos que podem estragar uma bela noite de verão.

 

Se estes argumentos não forem suficientes, ou se só souber da situação a posteriori, contacte o Serviço de Proteção da Natureza e Ambiente (SEPNA – GNR) através do telefone 808 200 520 para que atuem de imediato. Poderá também fazer uma denúncia através do e-mail sepna@gnr.pt.

 

andorinhas no ninho

© Stefan Berndtsson

Encontrei uma cria de ave no chão. O que devo fazer?

 

Encontrou uma cria no chão e tem a sensação que ela corre perigo. Este é um cenário que nos chega regularmente. Mas ao tentar ajudar, poderá estar a pô-la em perigo. Em algumas espécies (ex: melro, pisco, coruja-do-mato) é normal as crias saírem do ninho antes da maioridade e os seus progenitores continuarem a cuidar delas, mesmo que estejam no chão.

 

Por isso, primeiro que tudo verifique se a cria já tem algumas penas formadas. Este é um importante indicador de que a cria terá saído do ninho por iniciativa própria e, mesmo que não o tenha feito, estará em condições de sobreviver com o auxílio dos progenitores. Nestes casos, se vir o ninho nas proximidades, deixe a cria onde a encontrou, ou num local perto que seja alto e seguro, já que os pais irão certamente ouvi-la e acabarão por ir buscá-la ou alimentá-la assim que sentirem que é seguro fazê-lo. Se verificar que a cria fica por muito tempo sem ser alimentada, apresenta sinais notórios de debilidade ou lesões; se não conseguir localizar o ninho, se não detetar os progenitores ou se se tratar de um local de grande movimento onde a cria esteja em risco, contacte o Centro de Recuperação mais perto.

 

Nunca mantenha uma ave em cativeiro, a posse de aves selvagens é punível por lei.

 

 

Encontrei uma ave marinha debilitada

Evite tocar em aves selvagens, pois podem ser transmissoras de diversas doenças. Se tiver mesmo de o fazer, use luvas e máscara de proteção.

 

Se encontrar uma ave marinha em estado fragilizado, contacte o SEPNA/GNR ou o Centro de Recuperação mais próximo.

 

Depois desse contacto, registe a ocorrência através da App ICAO (Inspeção Costeira de Aves Arrojadas e Outra fauna)

App ICAO (Android) App ICAO (Apple)

 

 

gaivota debilitada, poisada na areia

 

 

Encontrei uma ave morta que deu à costa

Para salvaguardar a sua saúde, evite tocar diretamente em qualquer ave morta. Se precisar de mexer numa ave morta (por exemplo para ver se tem anilha ou para permitir uma melhor identificação) use por exemplo um pequeno pau.

 

  1. Se possível tire uma fotografia (inclua um objeto para referência do tamanho, p. ex. uma moeda)
  2. Se a ave tiver uma anilha na pata, registe o número ou tire uma fotografia da anilha
  3. Anote a localização e a data
  4. Registe a ocorrência através da App ICAO (Inspeção Costeira de Aves Arrojadas e Outra fauna)

App ICAO (Android) App ICAO (Apple)

Também pode submeter observações através do site ICAO (requer registo).

No Algarve, se encontrar um animal que deu à costa contacte a Rede de Arrojamentos do Algarve

 

pardela-balear morta, que deu à costa, com moeda ao lado para escala

 

 

Encontrei uma ave encandeada (Açores ou Madeira)

Nas ilhas dos Açores e da Madeira, é frequente aves marinhas como a cagarra serem vítimas de encandeamento pela iluminação pública durante a noite, acabando por colidir com infraestruturas ou cair ao chão.

 

Se encontrar alguma ave marinha com dificuldade de locomoção, deverá proceder da seguinte forma:

 

  1. Usando luvas e máscara, aproximar-se lentamente e cobrir a ave com um pano, toalha ou casaco, tendo especial cuidado com o bico
  2. Agarrar na ave e colocá-la numa caixa de cartão com furos
  3. Contacte as autoridades locais: Rede SOS Vida Selvagem na Madeira (961 957 545) e Linha SOS Cagarro nos Açores (800 292 800) e siga as recomendações

 

 

Como evitar que as aves choquem contra as janelas?

 

Infelizmente não existem medidas 100% eficazes nem universalmente aplicáveis, mas a implementação de alguma das medidas abaixo poderá já ser uma boa ajuda:

  • Criar um padrão nos vidros
  • Autocolantes
  • Refletores de luz UV
  • Películas que tornem o vidro opaco
  • Fechar os estores ou cortinas
  • Instalar grades ou redes

 

Como implementar estas soluções

ave e reflexo no vidro Austin Marshall (CC BY 2.0)