Comemora-se hoje o primeiro Dia Mundial do Albatroz, para alertar para as ameaças que põem em risco esta e outras aves marinhas e para a necessidade de um esforço mundial para proteger estas aves que percorrem o globo. A efeméride é promovida internacionalmente pelo Acordo Internacional para a Conservação de Albatrozes e Pardelas e em Portugal pela SPEA, e marca o 20º aniversário da assinatura deste acordo.

 

“Em Portugal não existem albatrozes, mas há aves da mesma família, como a pardela-balear, a ave marinha mais ameaçada da Europa”, diz Joana Andrade, coordenadora do Departamento de Conservação Marinha da SPEA.

 

 

Jorge Meneses
Pedro Geraldes/SPEA
Pedro Geraldes/SPEA

“Estas aves sofrem por serem capturadas acidentalmente nas pescas, pelos efeitos das alterações climáticas, e pelo impacto de espécies invasoras, que é o foco deste primeiro Dia do Albatroz”, diz Joana Andrade.

 

Albatrozes e outras aves marinhas como a cagarra, que fazem o ninho em ilhas, evoluíram sem predadores nessas zonas. Quando a ação humana trouxe (intencionalmente ou não) animais como ratos e gatos, as aves não tinham mecanismos de defesa, e o impacto na mortalidade de crias e destruição de ovos tem sido devastador para muitas espécies.

Ana Almeida/SPEA
Ana Almeida/SPEA
Ana Almeida/SPEA
Ana Almeida/SPEA
Ana Almeida/SPEA
Ana Almeida/SPEA

“A boa notícia é que é possível reverter estas ameaças”, diz Joana Andrade. “Na Berlenga, por exemplo, controlando as espécies invasoras conseguimos que o roque-de-castro nidificasse na ilha. E estamos a trabalhar com pescadores em vários pontos do país, a desenvolver medidas que evitam que as aves fiquem presas nos equipamentos de pesca. Por todo o mundo há esforços semelhantes, e este Dia Mundial do Albatroz comemora esse esforço global.”

 

Para assinalar o Dia do Albatroz haverá palestras online, vídeos e até concursos: um concurso internacional de bolos, e uma votação no Twitter para o casal de albatrozes com a melhor dança nupcial.

Os albatrozes são conhecidos por percorrerem o globo, chegando a passar anos sem vir a terra. Também outras aves marinhas fazem viagens épicas, algumas com paragem em Portugal. As cagarras, por exemplo, reproduzem-se nas Berlengas, nos Açores e na Madeira, e depois rumam ao até ao Atlântico Sul – algumas chegam mesmo ao Oceano Índico. Já a pardela-balear, a ave marinha mais ameaçada da Europa, passa o verão ao largo de toda a costa portuguesa, regressando às ilhas Baleares no outono para se reproduzir.

 

“Os albatrozes unem muitos países pelos oceanos. As ameaças que enfrentam, como a pesca excessiva e a poluição plástica, também nos afetam, então, vamos trabalhar juntos para criar o mundo em que desejamos viver.” diz Verónica López, Presidente do Grupo Intersecional do Dia Mundial do Albatroz do ACAP, Chile.

 

Toda a informação sobre as palestras, concursos e restantes atividades do Dia Mundial do Albatroz pode ser acompanhada no Twitter seguindo as hashtags #WorldAlbatrossDay e #DiaMundialdoAlbatroz.

 

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Dia Mundial do Albatroz 2020