Nome Científico

Também conhecida como águia-de-bonelli

Estatuto de Conservação Pouco preocupante (Global) / Em perigo (Portugal)

Tamanho Comprimento: 55 - 74cm
Envergadura de asas: 143 - 163 cm
Peso: 1,4 - 3 kg

Alimentação Sobretudo perdizes, pombos e coelhos, mas chega a capturar presas tão grandes como a garça-real.

Onde e quando observar A águia-perdigueira pode ser vista todo o ano no nosso país.

É mais abundante na região do Douro Internacional e nas serras do sudoeste alentejano e planícies do Baixo Guadiana, mas existem também grupos destas águias no Tejo Internacional e dispersos pelo sul do país.

Aves semelhantes Águia-cobreira, águia-calçada

A águia-perdigueira é a mais pequena e discreta das três grandes águias que ocorrem em Portugal. Os adultos distinguem-se pelo corpo claro e asas escuras e pela singular mancha branca no dorso, enquanto os juvenis têm uma plumagem distinta dominada por tons ruivos. Como acontece com a maior parte das aves de rapina, as fêmeas são geralmente maiores do que os machos.

 

É uma exímia caçadora que adapta a sua dieta às presas mais abundantes, e em que os casais caçam muitas vezes em conjunto. Os seus voos acrobáticos são dos espetáculos mais impressionantes da natureza.

águia-perdigueira em voo com ramo nas patas

Foto: Tim Ellis (CC BY-NC 2.0)

Reprodução

Nos casais de águia-perdigueira, tanto o macho como a fêmea cuidam das crias. Geralmente o casal tem vários ninhos que vai ocupando alternadamente em diferentes anos. Cada ninhada tem geralmente uma ou duas crias.

 

 

Ameaças

Uma das ameaças à águia-perdigueira é a perturbação durante a época de reprodução (que se estende de dezembro a junho), pois esta espécie é particularmente sensível à presença humana em redor dos ninhos. Outra ameaça são as linhas elétricas perigosas, onde tanto adultos como juvenis podem morrer por embaterem nas linhas ou por serem eletrocutados ao pousar nos postes.

 

A população de águias-perdigueiras na região do Douro Internacional tem sofrido com a diminuição da abundância de presas, devido à perda e degradação do habitat agrícola. 

 

No sul do país, a espécie tem sofrido com o rápido desaparecimento das árvores de grande porte onde prefere nidificar. 

 

 

Estado em Portugal

A população portuguesa de águia-perdigueira está classificada como Em Perigo pelo Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal. Em 2011 estimava-se que existiriam entre 116 a 123 casais reprodutores no nosso país. Após um declínio acentuado nos anos 80, o número de águias-perdigueiras tem vindo a aumentar, sobretudo no sul do país, onde os casais têm ocupado zonas desprovidas de escarpas, nidificando nas árvores.

 

Comportamento único

Ao contrário das restantes populações europeias, a maioria das águias-perdigueiras do nosso país (cerca de 70% dos casais) faz o ninho nas árvores. Este comportamento ocorre maioritariamente no sul do país (Estremadura, Alentejo e Algarve), e tem permitido que a espécie se expanda, pois deixa de estar limitada a zonas de rochedos. No entanto, esta preferência por árvores em vez de escarpas parece contribuir para que estas águias sejam geneticamente diferentes das restantes populações ibéricas.

 

 

Águias urbanas

Na região da Grande Lisboa e na região Oeste, existe um núcleo de 8 a 11 casais de águia-perdigueira que merece especial atenção em termos de conservação. Estes casais vivem junto a zonas urbanas, a maioria fora de áreas protegidas, onde a degradação do habitat é uma ameaça ainda mais premente.

 

Como protegemos esta espécie